ANGST IN MY PANTS

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15 setembro, 2007

Woofah

A fotografia da capa já tinha estado nas páginas do primeiro número da revista portuguesa Slang. Numa fotoreportagem sobre o dubstep, a autora Georgina Cook comentava acerca dela: "(...) Encontrei esta linha no chão e fiquei fascinada com as pernas e os pés das pessoas que a atravessavam. Para mim, o movimento das mãos e dos pés das pessoas, bem como as suas roupas, dizem tanto sobre a pista de dança quanto as suas caras".

A fotografia ilustra agora a capa do primeiro número da revista britânica Woofah. É impressa no portátil formato A5, a preto & branco, e tem um total de 40 páginas limpas de publicidade. Dedica-se ao eixo reggae-grime-dubstep, através de entrevistas (Skepta, Pinch, Mark Iration, Chunky Bizzle + Young.Dot + Maniac, etc.), ficção, BD, críticas (divididas nas secções dancehall/reggae - incluindo reedições; ragga jungle; grime; dubstep), etc.

Na missiva que abre a revista, os editores John Eden e Paul Meme justificam a necessidade de cobrirem estas sonoridades:
"(...) We tried to read more about this, but all we got was a few half pages here and there - great writers trying to overcome other people's agendas. Or we got lies - that the music died with Bob Marley, or was all made by psychotic hooded youths. That it was last year's news. That it didn't matter. That it would go away.
It didn't. And here we are".


Compra-se aqui por € 5,3 (Europa).

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O artigo sobre Skepta que se lê na Woofah, a par deste na Pitchfork, que antecipam boas coisas para Greatest Hits (o 1º. álbum de Skepta - "an album, not a mixtape"!) + a dedicação e os pares de tomates necessários para lançar uma revista destas = wake up call para quem ergue lápides tumulares ao grime ou o acusa de sonambulismo. Sonâmbula esteve Britney Spears nos VMAs (e por isso adequadamente sintonizada na onda da canção -> elogio. "They want more? Well I'll give 'em MWOAR." Fico invulgarmente ansiosa por ver o videoclip...), o grime simplesmente deixou de receber os miminhos que recebia há uns tempos. A coisa continua a borbulhar.

14 setembro, 2007

Rihanna + Timba-lake-land

--- Mark "K-Punk" Fisher coroa Rihanna como a rainha da pop de 2007 e assinala-a como alguém que consegue lidar com complexidade emocional sem a reduzir a sentimentalismo ou pornografia baratos.
«‘Umbrella’ is formally fascinating because, with its ragmenting and looping of Rihanna’s voice into anorganic vocal tics,it is a pop single which has rediscovered the art of vocal science lost since 2-step and peak period Timbaland. But it also thematically fascinating because it is a vision of love that avoids the phallic logic of possession and penetration in favour of a language of envelopment, protection and care.»
--- Lembra ainda que o Timbaland de hoje não é o mesmo de há dez anos (recorde-se, a esse propósito, esta entrevista de Sasha Frere-Jones, ou, melhor ainda, ouça-se algo como isto). Mas K-Punk valoriza no Timbaland mais recente a renovação e modernização da Balada, comparando a era FutureSex/LoveSounds de Timberlake a Prince, aos Blackstreet e aos Junior Boys.
«Greenspan and Timberlake, two synthetic disco Sinatras, with 21st century pharmaceuticals - or their sonic analogues - substituting for Frank's martinis and whisky sours.»
--- Tom Breihan: «Justin Timberlake and Timbaland Need to Take a Break». Relativamente à parceria com os Duran Duran:
«(...) it's weird to hear that "Nite Runner" and "Falling Down," the two leaked collaborations with those two, only sound like Duran Duran to the extent that old Duran Duran was one precedent for FutureSex.»

11 setembro, 2007

Dois bons usos do verbo "lick"

em dois dos mais valiosos discos de r&b desta década:

"I lick my lips and then I think about how sweet it is to be me"
--- Teedra Moses em "Caution" de Complex Simplicity.

"I wish I could taste your love, lick it off of my fingertips"
--- Amerie em "Crush" de Because I Love It.



Metal fingers in my body

--- Jody Rosen ouve na voz de T-Pain uma verdadeira "sex machine". Embora as suas canções sejam tão insistentes no corpo feminino, a identidade física de T-Pain é praticamente eliminada delas, ao sintetizar a sua voz numa espécie de "robo-drone". Transformando esse truque num estilo próprio, T-Pain sucede assim a Roger Troutman e emerge como "o ciborgue mais bem sucedido da história da música".

«(...) in T-Pain, Web 2.0 has found its romantic balladeer, a disembodied voice for an age of virtual hook-ups, "sexting," and cam-to-cam chat.»

--- O r&b estava a precisar de "Trapped in the Closet" de R. Kelly: «Humor is a vastly underestimated component of popular music, central to country and hip-hop, whose rhymes often take the form of punchlines. But contemporary R&B rarely cracks a smile. Where jokes exist, they are generally unintentional. (...)»

«But as the years have progressed, Kelly has learned, as Kelefa Sanneh wrote this week in the New York Times, "that a subtle joke, or an unsubtle one, can make a slow jam feel more intimate and therefore more effective." Today, while Kelly still regularly churns out slow jams—tempo-wise, Trapped in the Closet qualifies as one—he seems profoundly uninterested in making utilitarian sex music, happy to cede the title of Booty Call King to the tyros. Instead of singing about sex, Kelly is singing about singing about sex. He's gone meta-love man. (...)»

«Kelly has managed to breathe life into sex music by embracing sexual farce (...) and he can let his erotic imagination run utterly rampant. Perversion goes down easy when delivered with a wink. (...)»

«The real triumph of Kelly's meta-love-man routine is how it underscores something essential about sex and desire: the comedy and absurdity that so often accompany the desperate lurchings of our loins.»



Laugh; Love; Cry; Think; Fuck Flirt

--- Guia temático pela teenpop desta década na Stylus (as mixtapes podem ser descarregadas aqui).

--- Kelefa Sanneh sobre Hilary Duff: «(...) maybe her very unextraordinary singing is part of her appeal. A young fan usually looks at a pop star and thinks, “That could be me, if only I had the voice.” Ms. Duff takes away the “if only.”»