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15 junho, 2007

Paris Hilton

Numa entrevista recente, Simon Reynolds explicava a Mark Fisher a propagação de uma lógica de pensamento cujo único eixo de julgamento assenta no prazer puro. Uma lógica governada por um "princípio de prazer", muito presente na pop, onde a busca de gratificação imediata seria o primeiro (e talvez último) objectivo.

Sendo um género onde a ligação entre o artista e o produto é por vezes inexistente, a procura de prazer na música em si mesma seria a orientação inevitável. À partida, seria assim posto de parte um critério como a autonomia do artista (e as suas qualidades intrínsecas) ou uma relação biográfica. Simon Reynolds exemplificara esta conduta com as reacções favoráveis à música de Paris Hilton: "When you’re developing elaborate validating analyses of Paris Hilton, that ought to be a sign that you’re gone too far!".

No início desta semana apontou no seu blogue para a coluna de Frank Kogan, onde este lida com as últimas desventuras de Paris Hilton e onde afirma que o que o faz gostar da sua música não são motivos sociais – embora o ódio dirigido a ela o estimule a querer gostar da sua música ("I want to like her because I don’t like her enemies"). Reynolds reage contudo ao slogan "Free Paris", que tem sido estampado por este mundo fora, tentando perceber as motivações de semelhante apoio.

O assunto tem sido desenvolvido numa caixa de comentários do blogue de David Moore (referenciado no artigo de Kogan e espicaçado no post de Reynolds). Reynolds defende que uma aversão ao artista pode sobrepor-se e calar quaisquer contra-argumentos, considerando a rejeição imediata como uma forma de resposta bastante natural, comum e apaixonada. Assim, o quadro de referência que se teria de alguém como Paris Hilton poderia validar a recusa a querer ouvir a sua música.

Reynolds tenta entender como é que alguém não possui essa repulsa visceral que a maior parte das pessoas tem. Avança ainda que na escrita em favor de Hilton apenas encontrou uma componente visceral no ataque aos seus oponentes críticos. Como se Paris Hilton apenas incitasse a uma escrita reactiva, em detrimento da pró-activa. "Paris Hilton is a kind of logical evolution or end-game for the theories mooted in the early years of this decade, it feels to me like an ideas-driven thing as opposed to feelings-driven" (#).

Outro dos aspectos que preocupam Reynolds prende-se com as milhares de palavras escritas sobre e em defesa de Paris Hilton ("someone who is not a victim, who doesn't need it!" #), e não exactamente com o conteúdo das mesmas.

A ver o que se segue.

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