Cabe ao jornalismo cultural escapar à limitação temática de lançamentos de CDs, livros e exposições de artistas consagrados para poder, enfim, compreender o sentido forte de cultura, explorando mais as implicações das obras na sociedade do que, propriamente, reduzir-se a uma agenda de eventos. Falta mais análise e mais interpretação (no sentido de estabelecer relações múltiplas e complexas) – o que:
--- exige uma perspectiva aberta para as obras humanas sem classificá-las em paradigmas redutores, o que
--- implica abandonar o lugar-comum das análises de viés teórico frankfurtiano, evitando uma distinção maniqueísta entre “alta” e “baixa” cultura, entre indústria cultural e cultura erudita, ou entre mercado e arte.
--- Demanda-se, para isso, uma postura mais reflexiva, democrática e menos preconceituosa, que são importantes fundamentos para definir o que é o jornalismo cultural.
Isabelle Anchieta de Melo, em: Jornalismo cultural: por uma formação que produza o encontro da clareza do jornalismo com a densidade e a complexidade da cultura (2007)
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