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29 junho, 2007

This is the potential break-up song, our album needs just one



--- Disney's pop poppets: «(...) in 20 years' time they will undoubtedly be earning their millions as the shadowy songwriting team behind the teenage pop poppets of 2027.»

--- The Kids Are All Right: «The tween-pop legacy may prove more than just a collection of dance-pop hits: it could change the way labels approach marketing altogether.»

22 junho, 2007

When do I get to sing "My Way"?


Then the lights go low / There's only one song I know



We were young and full of life and none of us prepared to die

Os ABBA lidos como uma banda que se aprecia mais à medida que se envelhece. Tom Ewing observa isto através das letras, geralmente dispostas na perspectiva do mundo adulto, onde irremediavelmente os melhores momentos da vida já aconteceram. Em canções como "Chiquitita" ou "Fernando", essas coisas mais importantes tiveram lugar no passado -- e jamais serão revividas. Mas por detrás desse lamento, do tédio, do medo de envelhecer ("a fear of slowly dying") os ABBA parecem perceber e aceitar a sentença. Tom Ewing resume o tema central dos ABBA: "Life is trivial and nothing happens, but the somethings that might happen are worse".

Já a fechar, prescreve: "Keep their records around, sniff about their back catalog a little more, and don't dismiss them: You may find that your life ends up more like an ABBA song than you imagine".

16 junho, 2007

"I do it 'cos I LOVE it!"

Michael Barthel descobre um novo ângulo para se perceber o interesse de "Umbrella" de Rihanna: a sua quase ausência de harmonia. Escreve no seu blogue que a canção é composta de uma linha melódica ininterrupta, não harmonizada, o que no r&b é como ter "uma música rock sem guitarras". Essa importância é explicada à luz da suposição de que a harmonia simboliza sensualidade, sendo o sexo a maior preocupação do r&b moderno. "The massive multitracking puts the singer in multiple locations and at multiple timestamps, taking them out of the realm of the real or even the representational and making them a sort of ghost on the track, an unreal, fantas(y)tic presence."

A simplificação do esquema vocal do r&b, operada por Rihanna, contrasta segundo M. Barthel com a forma como Amerie usa a harmonia (e a "variedade incrível de coisas" que faz com a sua voz) em Because I Love It, o seu último álbum. "Amerie pushes against her bounderies and finds her voice's full potential, branching off in new and, in the case of freestyle, largely-forgotten old directions."

Nestes dias também Marcello Carlin chamou a atenção para o disco de Amerie (e em particular para o monstro de canção que é "Gotta Work"), através de uma (habitual) análise detalhada. "(…) Because I Love It is in itself a mirage in the increasingly barren desert of contemporary R&B pop and (...) few, if any, will follow its lead. But it is by far the best contemporary R&B pop record since Brooke Valentine’s Chain Letter, one of the best pop records likely to emerge from any quarter of 2007".

15 junho, 2007

Paris Hilton

Numa entrevista recente, Simon Reynolds explicava a Mark Fisher a propagação de uma lógica de pensamento cujo único eixo de julgamento assenta no prazer puro. Uma lógica governada por um "princípio de prazer", muito presente na pop, onde a busca de gratificação imediata seria o primeiro (e talvez último) objectivo.

Sendo um género onde a ligação entre o artista e o produto é por vezes inexistente, a procura de prazer na música em si mesma seria a orientação inevitável. À partida, seria assim posto de parte um critério como a autonomia do artista (e as suas qualidades intrínsecas) ou uma relação biográfica. Simon Reynolds exemplificara esta conduta com as reacções favoráveis à música de Paris Hilton: "When you’re developing elaborate validating analyses of Paris Hilton, that ought to be a sign that you’re gone too far!".

No início desta semana apontou no seu blogue para a coluna de Frank Kogan, onde este lida com as últimas desventuras de Paris Hilton e onde afirma que o que o faz gostar da sua música não são motivos sociais – embora o ódio dirigido a ela o estimule a querer gostar da sua música ("I want to like her because I don’t like her enemies"). Reynolds reage contudo ao slogan "Free Paris", que tem sido estampado por este mundo fora, tentando perceber as motivações de semelhante apoio.

O assunto tem sido desenvolvido numa caixa de comentários do blogue de David Moore (referenciado no artigo de Kogan e espicaçado no post de Reynolds). Reynolds defende que uma aversão ao artista pode sobrepor-se e calar quaisquer contra-argumentos, considerando a rejeição imediata como uma forma de resposta bastante natural, comum e apaixonada. Assim, o quadro de referência que se teria de alguém como Paris Hilton poderia validar a recusa a querer ouvir a sua música.

Reynolds tenta entender como é que alguém não possui essa repulsa visceral que a maior parte das pessoas tem. Avança ainda que na escrita em favor de Hilton apenas encontrou uma componente visceral no ataque aos seus oponentes críticos. Como se Paris Hilton apenas incitasse a uma escrita reactiva, em detrimento da pró-activa. "Paris Hilton is a kind of logical evolution or end-game for the theories mooted in the early years of this decade, it feels to me like an ideas-driven thing as opposed to feelings-driven" (#).

Outro dos aspectos que preocupam Reynolds prende-se com as milhares de palavras escritas sobre e em defesa de Paris Hilton ("someone who is not a victim, who doesn't need it!" #), e não exactamente com o conteúdo das mesmas.

A ver o que se segue.



"Dubstep could use some more oestrogen"

K-Punk fixa o habitat do dubstep no contexto do clube, da pista. Talvez mais do que qualquer outro (sub-)género da música de dança, o seu poder nunca poderá ser completamente assimilado numa experiência solitária/egoísta com headphones. "Like Cinderella’s dress, a Dubstep track that entrances on the dancefloor can degrade when it is taken home".

Uma outra reflexão endividada à compilação Box of Dub consiste em observar que o público e o corpo sonoro do dubstep são maioritariamente masculinos: "Dubstep could use some more oestrogen". Mas K-Punk encontra nas contribuições de Burial uma forma de colmatar essa carência. "Burial remains one of the few artists capable of providing a sonic fiction for our demythologised times".

O artigo completo está na FACT e merece ser lido.

11 junho, 2007

Do último mês: canções

As canções "de" 2007 mais ouvidas/estimadas no último mês.
Três grupos em ordem descrescente. Organização de A a T em cada grupo.

Aly & AJ - Potential Breakup Song
Armand Van Helden - Playmate (feat. Roxy Cottontail & Lacole 'Tigga' Campbell)
Chungking - Itch & Scratch
Dragonette - I Get Around
The Sounds - Tony the Beat

Armand Van Helden - Still In Love + Go Crazy + I Want Your Soul + I Want Your Soul (Fake Blood Remix) + Touch Your Toes (feat. Fat Joe & BL)
Cassie - Sometimes (feat. Ryan Leslie)
Dizzee Rascal - Flex
Dragonette - Black Limousine + Gold Rush + Marvellous
Kylie Minogue - Excuse My French + In My Arms
Rihanna - Don't Stop The Music
Sophie Ellis-Bextor - Love Is Here + China Heart + Only One + etc.
Tanya - I Know I Love You
The Black Ghosts - Face (Switch remix) + Any Way (Fake Blood remix)
The Sounds - Painted by Numbers + Tony the Beat (Rex The Dog radio version) + Don't Want to Hurt You + Song With A Mission + etc.

Calvin Harris - Acceptable in the 80s
Chungking - Stay Up Forever
Daddy Yankee - En Sus Marcas Listos Fuera + Fuera De Control + Mensaje De Estado
Dizzee Rascal - Where's Da Gs (feat. Bun B & Pimp C)
Dragonette - Take It Like A Man + Competition
Jessica Folcker - Snowflakes
Kylie Minogue - Lose Control
Lady Tigra - Pinkberry
Rihanna - Sell Me Candy + Lemme Get That
Serebro - Song #1
The Ark - The Worrying Kind

(Nos meses anteriores foi assim.)

08 junho, 2007

Do último mês: álbuns

Arrumações parte 3:
Os discos de 2007 mais ouvidos/estimados no último mês.


Sophie Ellis-Bextor - Trip the Light Fantastic
Armand Van Helden - Ghettoblaster
Dragonette - Galore
The Sounds - Dying to Say This to You

Mas também: Chungking (Stay Up Forever), Rihanna (Good Girl Gone Bad), Dizzee Rascal (Maths & English), Avril Lavigne (The Best Damn Thing), Calvin Harris (I Created Disco), Daddy Yankee (El Cartel: The Big Boss)

06 junho, 2007

Das últimas semanas

--- Dançar em volta da arquitectura não é uma ideia tão ridícula quanto se pensaria. Frank Kogan tem uma coluna nova no Las Vegas Weekly na qual escreverá sobre música e sobre a vida da música: a dança social, a arquitectura (= o espaço social em que nos movemos).
O grande intuito é problematizar, colocar questões. A cada coluna (publicada à quinta-feira) seguir-se-á uma mini-coluna (na segunda-feira imediata), onde Kogan irá expor as respostas e reacções que tenham surgido.

Na primeira edição procurou-se perceber de onde vêm os gostos e por que razão tendem a agrupar-se à volta de "classes sociais" -- «How is it that individual visceral responses align -- or realign -- so that members of the same social group respond similarly to music?». Uma resposta potencial foi deitada anteontem: «One thing that happens is that we tend to take an interest in what people we know and admire like, and taking an interest leads to getting to know the music, getting to understand the music’s reasons and its life -- or at least, getting to know our friends’ reasons and lives.»


--- Quatro coisas que Jessica Folcker e Robyn têm em comum:

1. São suecas;
2. Têm um passado com Max Martin;
3. Têm um presente com Andreas Kleerup (o homem/"génio" de "With Every Heartbeat");
4. Fazem coisas engraçadas com aquela coisa chamada pop.


A canção merecia um vídeo melhor que este, que é uma coisa assim para o aborrecido.


--- As novas canções da Kylie Minogue que têm aparecido por aí e que talvez venham a ser incluídas no alinhamento do seu novo álbum ou talvez não, são (obviamente) fenomenais. Há um blogue dedicado ao assunto. Três selecções:
1. Excuse My French
2. In My Arms
3. Lose Control


--- We like the boom.



As L'Trimm são uma dupla que inspirou gente como os Fannypack, M.I.A., etc. Este é o single "Cars With the Boom", de 1988:


E esta é uma ode em formato jingle aos iogurtes gelados da Pinkberry, em 2007, por Lady Tigra (1/2 das L'Trimm).


--- Marcello Carlin, Edward Oculicz e outros avaliam as prestações da última Eurovisão.


--- Abby McDonald e David Moore falam sobre o mesmo em sítios diferentes e com visões diferentes.

Abby M. gostou da paródia de Alanis Morissette a "My Humps":
«Substituting bubblegum drawl for plaintive melody, minimalist beats for pretty-pretty piano chords, Morissette switched the babes 'n booty track into something edged with emotion and wry subversion. Matching the Black Eyed Peas' video almost shot-for-shot with her low-budget alternatives, Alanis writhed and bounced, pouted and shook, and in under three minutes reinterpreted an ode to raunch culture as the sad, desperate and conflicted reality it really represented—reminding garage bands and karaoke queens that the cover version can be a powerful thing indeed.»
David M. não, mas gosta do original dos Black Eyed Peas...:
«often I return to music that irritates me because it irritates me; the initial reaction of wanting to jam a fork in my eye can signal the potential to fall in love with a song. In my experience, something that provokes such an intense but unjustifiable negative reaction suggests there’s something worth figuring out in it.»
... e com razão.